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Testes de Diagnósticos

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Importância, tipos e vantagens dos testes rápidos.

Importância dos Testes de Diagnósticos Rápidos na Detecção e Controle de Doenças Infecciosas

Apesar dos grandes avanços da medicina diagnóstica nos últimos anos, ainda há uma tendência global da prescrição de tratamentos especulativos para tratar pacientes com suspeitas de infecção, seja pela falta de recursos ou de praticidade das metodologias disponíveis. Os testes diagnósticos rápidos têm se mostrado uma solução acessível para contornar esse problema.

Quando se fala de um único paciente com algum tipo de infecção, ou até mesmo uma pandemia, estabelecer a causa microbiana (o agente infeccioso) de forma rápida e acurada é essencial para direcionar um tratamento de qualidade, específico e efetivo.

Neste texto, iremos discutir o impacto dos testes diagnósticos rápidos na saúde pública, como funcionam e quais suas perspectivas para o futuro.

Diagnósticos mais precisos e acessíveis

Vamos de exemplos reais sobre o impacto de se ter acesso a um bom teste diagnóstico!

Malária

Em 2010, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revisou seus protocolos de tratamento infantil contra malária em países do continente Africano, onde a taxa de mortalidade infantil por malária se apresentava muito alta. Até então, a recomendação era prescrever o tratamento com antimaláricos para qualquer criança que apresentasse febre, diante da falta de recursos para realizar o diagnóstico adequado – essa estratégica foi usada para conter o número de mortes pela doença! Porém, os antimaláricos são medicamentos que apresentam diversos efeitos adversos, sendo muito prejudiciais à saúde e, dessa forma, não é interessante fazer o uso dos mesmos sem a necessidade real de combater a malária. 

Assim, a alternativa encontrada para evitar o uso desenfreado desses medicamentos nessas áreas endêmicas, foi a introdução dos testes de diagnósticos rápidos para malária, que não necessitam de microscopia ou outras metodologias de altos custos para obter um diagnóstico acurado e direcionar a um tratamento adequado aos pacientes.

Sífilis

Outro exemplo da importância dos testes rápidos pode ser ilustrado pela história do diagnóstico de sífilis, doença causada pela bactéria Treponema pallidum. A limitação do diagnóstico da sífilis já se iniciava pela dificuldade em manusear este patógeno em laboratórios, uma vez que há necessidade de uma estrutura adequada, segundo às normas de biossegurança. Com isso, os problemas relacionados à coleta das amostras também eram recorrentes, pois além dos riscos de contaminação, havia necessidade de transportá-las aos laboratórios capacitados para realização dos testes, o que encarecia e acrescentava o risco de perda dessas amostras. Ou seja, diagnosticar sífilis era custoso, demorado e pouco acessível. Consequentemente, muitos pacientes falhavam em receber o resultado dos exames, ou até mesmo desistiam de realizá-los.

Atualmente, o principal teste para diagnóstico de sífilis é do tipo imunocromatográfico, que demanda apenas 20 minutos para entregar um resultado específico e acurado, permitindo o início imediato do tratamento do paciente.

COVID-19

Claro que não poderíamos deixar de mencionar a importância de um teste diagnóstico rápido acurado para a COVID-19. Por se tratar de uma doença ainda muito pouco conhecida e de rápida transmissão, em que o isolamento do paciente com diagnóstico positivo é a principal forma de conter e controlar a dispersão do vírus, o teste diagnóstico rápido torna-se uma ferramenta INDISPENSÁVEL, neste contexto da pandemia, para a promoção da saúde da população e para a garantia do retorno à normalidade das atividades socioeconômicas.

Os diferentes testes diagnósticos rápidos e como funcionam

Existe uma grande variedade de tipos de testes diagnósticos rápidos, mas todos apresentam vantagens em comum: são práticos no ponto de vista do modo de uso e rápidos para apresentarem os resultados – questão de minutos! Dentre os tipos de testes mais utilizados, podemos citar os testes imunocromatográficos, que ainda podem ser dos tipos: de fluxo lateral (TFL), de dupla migração (ou duplo percurso – DPP “dual path platform”); testes por imunoconcentração (“flow through”).

Os testes imunocromatográficos de fluxo lateral (TFL) são os mais práticos e mais bem difundidos na atualidade, sendo empregados em diagnósticos de patologias como malária, leishmaniose, HIV, sífilis, COVID-19, dentre outros.

Pouco mais sobre os testes TFL

Os TFL são constituídos de um dispositivo contendo papel de membrana de nitrocelulose que apresenta anticorpos capazes de detectar proteínas, antígenos (uma parte do agente que causa a infecção), anticorpos ou hormônios específicos presentes na amostra. Dentre 5 a 20 minutos o resultado do diagnóstico pode ser obtido através do aparecimento de duas tiras coloridas na membrana, sendo uma linha controle, que garante a validez do diagnóstico, e o outro o resultado do teste.

As amostras biológicas que podem ser analisadas por estes testes abrangem uma grande variedade: sangue, urina, suor e saliva, por exemplo. Além dessa vasta aplicabilidade no que se diz respeito ao material que contém o analito, outras vantagens que podemos destacar é que são testes de fácil manuseio (muitas vezes dispensam a necessidade de profissional qualificado, podendo ser, em alguns casos, realizado pelo próprio paciente) e não requerem refrigeração para seu armazenamento (ideal para países com menos recursos, pequenas unidades de saúde e regiões remotas).

Um exemplo clássico de TFL são os testes rápidos de gravidez, que apresentam anticorpos capazes de interagir com a gonadotrofina coriônica humana (HCG), um hormônio que só é produzido durante a gestação. Esses anticorpos, na presença do HCG, geram uma linha vermelha sobre a membrana, indicando um resultado positivo.

Conclusão

Os testes diagnósticos são essenciais para a expansão da rede de saúde pública, principalmente em áreas mais remotas e carentes de países emergentes, evidenciando a grande importância de investir no desenvolvimento de novos testes diagnósticos cada vez mais acessíveis, práticos e rápidos.

A Recombine Biotech atua justamente neste sentido, buscando desenvolver testes de diagnósticos de alta sensibilidade. Com o objetivo de atender às demandas da indústria de IVD nacional, desenvolvemos diagnósticos com base no estudo de genomas de patógenos encontrados no território brasileiro, e, portanto, se tornam mais acurados e específicos para a realidade do nosso país. Além disso, atuamos também na produção dos antígenos para esses diagnósticos, diminuindo a dependência da indústria de insumos importados.

Para isso, contamos com uma equipe de pesquisadores e técnicos, especializados na geração soluções inovadoras alinhadas às demandas atuais do mercado de diagnóstico.

Referências

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